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A CADEIRA MUSICAL
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A CADEIRA MUSICAL
Era uma cadeira que sabia música. Uma pessoa
sentava-se nela e a cadeira começava a tocar.
– É uma cadeira caixinha de música. Tem molas
especiais que fazem "clique", quando uma pessoa se senta
na cadeira e, então, a caixinha de música começa a tocar –
explicava quem sabia destes mecanismos de cadeiras
musicais.
Talvez fosse, realmente, assim. O certo é que, um dia, a
cadeira se avariou. Deixou de tocar música. Passou a ser
uma cadeira banal, igual a milhões de outras que não
tocam.
– Deve estar com as molas gastas – disse a velha e gorda
senhora, dona da cadeira. – Vou mandar arranjá-la.
Mas na oficina das cadeiras desenganaram-na:
– Já não há quem arranje dessas cadeiras.
Voltou a cadeira para casa da senhora que, às vezes, com
saudades de outros tempos, nela se sentava, evocando a
musiquinha que a cadeira, dantes, tocava.
A velha e gorda senhora lembrava-se de quando era
nova, leve e gentil e ia, às escondidas da avó, sentar-se na
cadeira com música.
– Tlim, tlim, tlim e mais tlim – tocava a cadeira, à volta
da menina.
Que saudades! A senhora largou um imenso suspiro e foi
atender à porta, porque a campainha repicara. Era uma
amiga com o sobrinho, um miúdo tímido, escondido atrás
da sombra da tia.
– Entrem para a sala – convidou a velha senhora.
Logo aconteceu que o menino se foi sentar na cadeira
avariada. E não é que ela, sem mais quê nem porquê, ao
leve peso do garoto, começou a tocar?
O miúdo saltou, assustado, e a cadeira calou-se. Então, a
velha senhora explicou o mecanismo da cadeira e tudo
voltou ao certo.
Naquela tarde, a cadeira tocou que foi um regalo ouvir.
– Eu já devia estar muito pesada para a sensibilidade da
cadeira – concluiu a senhora.
E logo ali ficou combinado que o menino, sempre que
quisesse, podia vir visitar a senhora. E a cadeira. As duas
teriam muito prazer em recebê-lo.
FIM
sentava-se nela e a cadeira começava a tocar.
– É uma cadeira caixinha de música. Tem molas
especiais que fazem "clique", quando uma pessoa se senta
na cadeira e, então, a caixinha de música começa a tocar –
explicava quem sabia destes mecanismos de cadeiras
musicais.
Talvez fosse, realmente, assim. O certo é que, um dia, a
cadeira se avariou. Deixou de tocar música. Passou a ser
uma cadeira banal, igual a milhões de outras que não
tocam.
– Deve estar com as molas gastas – disse a velha e gorda
senhora, dona da cadeira. – Vou mandar arranjá-la.
Mas na oficina das cadeiras desenganaram-na:
– Já não há quem arranje dessas cadeiras.
Voltou a cadeira para casa da senhora que, às vezes, com
saudades de outros tempos, nela se sentava, evocando a
musiquinha que a cadeira, dantes, tocava.
A velha e gorda senhora lembrava-se de quando era
nova, leve e gentil e ia, às escondidas da avó, sentar-se na
cadeira com música.
– Tlim, tlim, tlim e mais tlim – tocava a cadeira, à volta
da menina.
Que saudades! A senhora largou um imenso suspiro e foi
atender à porta, porque a campainha repicara. Era uma
amiga com o sobrinho, um miúdo tímido, escondido atrás
da sombra da tia.
– Entrem para a sala – convidou a velha senhora.
Logo aconteceu que o menino se foi sentar na cadeira
avariada. E não é que ela, sem mais quê nem porquê, ao
leve peso do garoto, começou a tocar?
O miúdo saltou, assustado, e a cadeira calou-se. Então, a
velha senhora explicou o mecanismo da cadeira e tudo
voltou ao certo.
Naquela tarde, a cadeira tocou que foi um regalo ouvir.
– Eu já devia estar muito pesada para a sensibilidade da
cadeira – concluiu a senhora.
E logo ali ficou combinado que o menino, sempre que
quisesse, podia vir visitar a senhora. E a cadeira. As duas
teriam muito prazer em recebê-lo.
FIM
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