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A DANÇA PRODIGIOSA
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A DANÇA PRODIGIOSA
Conta-se que, na Índia, há muito tempo, quando não
paravam as guerras entre reis vizinhos por frívolas disputas
de terras e riquezas, os vencidos, fossem generais, nobres,
senhores poderosos, passavam à condição de escravos dos
vencedores.
No termo de uma dessas lutas, houve festa no palácio
conquistado. Depois do banquete da vitória, o chefe dos
vencedores exigiu a presença dos músicos e das bailarinas.
Estava radioso de felicidade e queria que à sua volta tudo
espelhasse a sua alegria de guerreiro triunfador.
Entre as bailarinas, uma se destacava mais do que as
outras. Tinha guizos e sinos em colar, no pescoço, nos
braços e nas pernas, que cadenciavam a música, como se
cada gesto dela fosse o riso a nascer.braços e nas pernas, que cadenciavam a música, como se
cada gesto dela fosse o riso a nascer.
1
© APENA - APDD – Cofinanciado pelo POSI e pela Presidência do Conselho de Ministros
A DANÇA
PRODIGIOSA
António Torrado
escreveu e
Cristina Malaquias ilustrou
29 de Abril
Dia Mundial da Dança
C
Mas o rosto da bailarina gentil era sisudo, quase
zangado. Belo, muito belo, mas tão ao contrário da
jovialidade do corpo, nos seus meneios de dança, que
causava uma estranha impressão.
Um dos convivas reparou no desconcerto e disse-o em
voz alta. Outro, a seu lado, explicou:
– Não admira. É a princesa, filha do rei deposto. O pai
acorrentado na cave e ela a dançar no salão...
– Mesmo assim, para quem dança sem vontade muito
bem dança – comentou outro conviva. – Embora, melhor
dançaria se sorrisse...
– Ri – ordenou-lhe o senhor da festa e dos vencedores,
tanto como dos vencidos.
Mas a bailarina nem sorriu. Continuava a dançar,
vestida da música, com a felicidade a tinir nos pulsos e nos
tornozelos, como se o corpo existisse sozinho, decepado do
rosto em luto.
– A noite é minha. O palácio é meu. O reino e todos os
que nele vivem pertencem-me – clamava o rei dos
vencedores. – Tens de rir.
Ela, muito séria, só dançava. E que bem dançava!
Maravilhavam-se, à sua roda, porque nunca tinham visto
dançar assim, com tanta graça, tanta leveza de pluma,
pétala, brisa, asa, perfume...
Então, o comandante, de coração rendido, proclamou:
– Libertem de vez o rei vencido. Quero-o, aqui, ao nosso
lado, a ver a filha dançar.
Uma labareda de guizos e risos correu, rolou, adejou
pelas arcarias do palácio. Os músicos atónitos ouviram a
música, que eles não tocavam, desprender-se, intacta, dos
seus instrumentos e engrinaldar de alegria redopiante a© APENA - APDD – Cofinanciado pelo POSI e pela Presidência do Conselho de Ministros
princesa dançarina.
Nenhuma bailarina dançou, em gestos de riso, em olhos
e lábios iluminados de riso, como, naquela noite, a
princesa dançou... E por muitos mais anos se contará a
história da dança prodigiosa, que fez pulsar, em triunfo, a
harmonia da música nos corações dos homens, vencedores
ou vencidos...
FIM
paravam as guerras entre reis vizinhos por frívolas disputas
de terras e riquezas, os vencidos, fossem generais, nobres,
senhores poderosos, passavam à condição de escravos dos
vencedores.
No termo de uma dessas lutas, houve festa no palácio
conquistado. Depois do banquete da vitória, o chefe dos
vencedores exigiu a presença dos músicos e das bailarinas.
Estava radioso de felicidade e queria que à sua volta tudo
espelhasse a sua alegria de guerreiro triunfador.
Entre as bailarinas, uma se destacava mais do que as
outras. Tinha guizos e sinos em colar, no pescoço, nos
braços e nas pernas, que cadenciavam a música, como se
cada gesto dela fosse o riso a nascer.braços e nas pernas, que cadenciavam a música, como se
cada gesto dela fosse o riso a nascer.
1
© APENA - APDD – Cofinanciado pelo POSI e pela Presidência do Conselho de Ministros
A DANÇA
PRODIGIOSA
António Torrado
escreveu e
Cristina Malaquias ilustrou
29 de Abril
Dia Mundial da Dança
C
Mas o rosto da bailarina gentil era sisudo, quase
zangado. Belo, muito belo, mas tão ao contrário da
jovialidade do corpo, nos seus meneios de dança, que
causava uma estranha impressão.
Um dos convivas reparou no desconcerto e disse-o em
voz alta. Outro, a seu lado, explicou:
– Não admira. É a princesa, filha do rei deposto. O pai
acorrentado na cave e ela a dançar no salão...
– Mesmo assim, para quem dança sem vontade muito
bem dança – comentou outro conviva. – Embora, melhor
dançaria se sorrisse...
– Ri – ordenou-lhe o senhor da festa e dos vencedores,
tanto como dos vencidos.
Mas a bailarina nem sorriu. Continuava a dançar,
vestida da música, com a felicidade a tinir nos pulsos e nos
tornozelos, como se o corpo existisse sozinho, decepado do
rosto em luto.
– A noite é minha. O palácio é meu. O reino e todos os
que nele vivem pertencem-me – clamava o rei dos
vencedores. – Tens de rir.
Ela, muito séria, só dançava. E que bem dançava!
Maravilhavam-se, à sua roda, porque nunca tinham visto
dançar assim, com tanta graça, tanta leveza de pluma,
pétala, brisa, asa, perfume...
Então, o comandante, de coração rendido, proclamou:
– Libertem de vez o rei vencido. Quero-o, aqui, ao nosso
lado, a ver a filha dançar.
Uma labareda de guizos e risos correu, rolou, adejou
pelas arcarias do palácio. Os músicos atónitos ouviram a
música, que eles não tocavam, desprender-se, intacta, dos
seus instrumentos e engrinaldar de alegria redopiante a© APENA - APDD – Cofinanciado pelo POSI e pela Presidência do Conselho de Ministros
princesa dançarina.
Nenhuma bailarina dançou, em gestos de riso, em olhos
e lábios iluminados de riso, como, naquela noite, a
princesa dançou... E por muitos mais anos se contará a
história da dança prodigiosa, que fez pulsar, em triunfo, a
harmonia da música nos corações dos homens, vencedores
ou vencidos...
FIM
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