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Mensagem por Admin Qua Dez 14, 2011 5:12 pm

Na oficina do escultor, havia grande animação.
Chegara uma pedra de cantaria, que foi colocada no meio
da sala por oito homens possantes. Oito homens,
imagine-se! Pesado serviço aquele.
O escultor pagou-lhes e mandou-os embora. Depois
olhou para o bloco, acariciou a pedra, deu uma volta por ali
e saiu atrás dos carregadores.
A sala ficou vazia de gente, mas continuou cheia de
estátuas. Seriam talvez umas dez estátuas dispostas junto
às paredes. Algumas já acabadas, prontas para partir,
outras à espera que a mão do escultor as desse por
terminadas. Após a saída das pessoas, cabia-lhes agora a
vez de falarem.
falarem.
1
© APENA - APDD – Cofinanciado pelo POSI e pela Presidência do Conselho de Ministros
A OBRA MAIS
BELA
António Torrado
escreveu e
Cristina Malaquias ilustrou
2 de Maio
Dia da Mãe
N
Afinal as estátuas falam? Sim, nas histórias, têm
autorização para falar. Vão ouvi-las.
A que estava mais afastada do bloco de pedra perguntou
às colegas:
– Que avantesma é aquela?
Houve risinhos entre as estátuas. Então, a que
representava a Vaidade declarou:
– Companheiros destes não fazem cá falta, só ocupam
espaço e tiram a luz a quem, como eu, precisa de ser
destacada.
Era realmente muito vaidosa a estátua da Vaidade.
– A mim é que ela tira a luz – rectificou a estátua que
representava um monge sentado a ler um livro. – Estou
aqui, há imenso tempo, a ler este alfarrábio e não consigo
passar da mesma página.
A estátua do Arlequim também se queixou:
– Aqui abafa-se. Apetecia-me pular e correr, mas esta
pedra atravanca tudo.
A estátua do Atlas, o gigante que suportava o mundo
sobre os ombros, acudiu:
– Se queres fazer alguma coisa de jeito, segura por um
bocadinho na minha carga, porque quase tenho os braços
dormentes. De caminho, aproveito e arrasto para outro lado
essa maldita pedra, que já me está a causar engulhos.
Mas o Arlequim fez-se desentendido. Não estava para
trabalhos.
A estátua inacabada de um rei qualquer ainda
murmurou:
– Ordeno que... – mas, como
não conseguiu acabar a frase.
2
© APENA - APDD – Cofinanciado pelo POSI e pela Presidência do Conselho de Ministros
Na manhã seguinte, o escultor começou a trabalhar o
bloco de pedra. Desbastou-o muito. O penedo foi
ganhando forma.
As estátuas em roda olhavam para aquilo em silêncio,
desconfiadas. Mal ele abalou, a estátua lá do fundo
inquiriu:
– Que irá dali sair?
Respondeu o Arlequim:
– Um elefante, pois. Que outra coisa esperam?
Aquilo, de facto, intrigava. O escultor trabalhou dias a
fio e, do coração da pedra, muito lentamente, uma figura
começou a erguer-se. Adivinhavam-se os ombros, a
cabeça, os joelhos. Parecia uma figura sentada, coberta
com um lençol amarrotado.
Durante a noite, as outras estátuas não se calavam.
– Tem um ombro mais alto que o outro – observava uma.
– E uma cabeça monstruosa – acrescentava outra.
Mas a cabeça monstruosa, pela arte do escultor, foi-se
transformando numa delicada cabeça de mulher. Estava
sentada a estátua. Tinha as mãos no colo, como se
guardasse algo, que ainda não conseguia distinguir-se bem.
– Naturalmente está a ler um livro – alvitrava o monge.
Afinal não era um livro o que ela olhava. Era uma
criança. O escultor passara o dia a apurar as feições do
bebé. No fim, antes de sair, alargou o sorriso da mãe e
foi-se embora.
As outras estátuas, muito despeitadas, continuaram na
má-língua.
- Que tempo mal-empregado – dizia a estátua da
Vaidade.
Ministros
– Não trocava a minha carga pela daquela mulher –
declarava o gigante Atlas.
– Que boneco tão patareco – gargalhava o Arlequim.
Mas uma voz clara e nova naquela sala sobressaiu da
restolhada venenosa das outras estátuas, para pronunciar
estas palavras:
– Deixem-se de falas! O menino está a dormir.
Inspirava respeito aquela voz. As estátuas calaram-se.
Nos dias que se seguiram, o escultor demorou-se, pela
noite adiante, a completar a estátua da mãe e do menino.
Era a sua mais bela obra.
FIM
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