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Mensagem por Admin Qua Dez 14, 2011 5:19 pm

Dantes, lá muito dantes, não havia estradas a cruzar os
países de fora a fora. Quanto muito, caminhos.
Por isso quem tinha de viajar ou se deslocava a pé,
arrimado a um bordão, ou andava a cavalo, quando tinha
dinheiro para comprar um. Se não lhe chegasse senão para
um burro, também convinha.
Quando nós, hoje, atravessamos a Europa de lés a lés,
em comboios velozes, que já não fazem "pouca terra...
pouca terra...", ou quando, de avião, em poucas horas,
chegamos a Roma ou a Berlim, não fazemos a mínima
ideia das canseiras e aflições por que passavam os nossos
antepassados que tinham de viajar.
Eram dois homens. Vinha um de um lado, o outro do
outro. Iam ficar frente a frente, no estreito caminho que
calcorreavam. Um, montado numa mula de alforges
carregados, devia ser mercador. O outro de capa larga e
botas gastas devia ser peregrino pelo modo de usar
levantada a aba do chapéu e pela vieira nela pregada.
Seria, não seria? O melhor era o mercador puxar do
punhal que trazia à cinta, prevenção sofrível contra os
maus encontros.
– Gente de paz! – disse-lhe, de longe, o peregrino,
adivinhando-lhe o gesto.
A voz parecia sincera. O mercador acreditou. Alivia
mais acreditar do que alimentar desconfianças.
Ambos pararam e, à beira do caminho, confraternizaram,
trocando o que traziam para a merenda.
O peregrino vinha de Santiago de Compostela,
consolado e feliz com todo o esplendor sagrado que aí vira.
O mercador ia para Salamanca, terra rica, segundo lhe
constava, onde poderia vender por bom preço as suas
mercadorias.
– E o que traz? – perguntou-lhe o peregrino.
– Cheiros – segredou-lhe o mercador, como se os
perfumes do seu carregamento pudessem volatilizar-se no
ar.
De facto, um perfume muito doce penetrava no nariz do
peregrino, que o estranhou. Já o sentira antes, quando de
longe enfrentara o mercador.
– Um frasco cheio de mais que verteu – explicou ele. –
É um concentrado de folhas aromáticas colhidas na Índia.
Este perfume, por mais que me lave, vai perseguir-me a
vida inteira. É prodigioso.
O peregrino riu-se do exagero. Estavam de despedida.
Devia ser para sempre, porque não era natural que, na
Europa enorme daquele tempo, dois viajantes, que o acaso
tinha cruzado, voltassem a encontrar-se.
Mas encontraram-se, vejam a coincidência. Muitos anos
depois, em Roma, no Vaticano, na investidura de um novo
Papa, aconteceu o seguinte episódio.
Era extensa a fila de convidados, príncipes,
embaixadores, ministros, que iam prestar vassalagem ao
Papa. Coros soavam nas abóbadas, vestes ricas de tecidos
raros roçavam os mármores das colunas. Tudo
deslumbrava os olhos dos presentes, por mais habituados
que estivessem às galas e opulências das majestades do
mundo.
Os convidados, um por um, inclinavam-se diante do
trono do Papa e beijavam-lhe o anel. Calhava a vez a um
governador da Flandres. Ele a ajoelhar-se e o Papa a dizer:
– Este perfume...
Como uma interrogação suspensa, vinda de muito longe,
as palavras do Papa levaram o governador, que se
conservava de olhos baixos, a levantá-los e,
semicerrando-os, a buscar na memória quem aquele rosto
de sorriso enrugado lhe recordava.
– É o mercador – disse o Papa, mais lesto na lembrança.
– É o peregrino – gritou o mercador, agora governador
da Flandres, de dedo espetado para o Papa.
Sobressalto entre os guardas suíços e a marcha púrpura
dos cardeais. Ao sobressalto juntou-se a surpresa, quando
viram o Papa e o governador risonhamente abraçarem-se
num apertado abraço de reencontro, que destoava da
solenidade do momento.
Da força do abraço, o doce perfume ficou a pairar entre
os dois homens e colou-se para sempre às vestes do Papa.
FIM
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