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A DAMA DO RETRATO
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A DAMA DO RETRATO
No velho castelo, aquele retrato da senhora de guarda-
-sol, mimoso vestido de roda, coletinho de menina e largo
chapéu enfeitado, na parede sombria do castelo, aquele
retrato destoava.
Precisava de luz, precisava de sol o retrato, ou de outro
modo não se justificava nem o chapéu de rendas da dama
nem o guarda-sol, a proteger-lhe o rostinho de marfim,
com uma flor de sorriso.
Mas parece que ninguém tinha dado por isso. E a
menina senhora dama, de mimoso vestido de roda, ali se
ficara quase às escuras. Aproveitando os enfeites de um
dos cantos da moldura, uma desrespeitadora aranha pôs-se
a construir a sua teia. Subia, descia, tecia e quase roçava o
ombro da senhora, a importuna.
– Tanto não – protestou a dama menina, no seu retrato, e
com um gesto só cortou o fio à teia.
Caiu a aranha no chão. Coisa assim tão de espantar,
nunca ela, ao longo da sua vida de aranha, jamais vira: um
retrato a falar e a mexer-se, quem tal diria.
Foi fazer queixa à mãe das aranhas que morava num
denso novelo de teias, rente ao tecto.
A velha aranha não se admirou com a notícia. Até
conhecia histórias semelhantes, umas passadas com ela,
outras contadas por aranhas amigas, de outros castelos e
palácios ensombrados.
– A pobre senhora está farta de viver naquele quadro, é
o que é! – explicou ela à aranha nova. – Talvez nós
pudéssemos dar-lhe uma ajuda...
"Nós" eram elas todas, as milhares de aranhas daquele
castelo. Pois as milhares de aranhas, às ordens da velha
aranha, juntaram-se à volta do quadro e começaram a tecer
uma teia tão cerrada, tão cerrada, que por completo
toldava o quadro da vista das pessoas, que distraidamente
por ali passassem. Já não se via quadro nem moldura, mas
só uma parede de teia. O quadro, a senhora dama de chapéu
de rendas teria ficado, coitada, aprisionada atrás daquele
biombo?
Nas manhãs suaves desta Primavera soalheira, vê-se às
vezes, a passear pelos campos, à roda do castelo, uma
senhora de longo vestido a arrastar, guarda-sol luminoso e
chapéu de rendas... Donde terá ela vindo? Donde terá ela
saído? As aranhas sabem, mas não dizem.
FIM
-sol, mimoso vestido de roda, coletinho de menina e largo
chapéu enfeitado, na parede sombria do castelo, aquele
retrato destoava.
Precisava de luz, precisava de sol o retrato, ou de outro
modo não se justificava nem o chapéu de rendas da dama
nem o guarda-sol, a proteger-lhe o rostinho de marfim,
com uma flor de sorriso.
Mas parece que ninguém tinha dado por isso. E a
menina senhora dama, de mimoso vestido de roda, ali se
ficara quase às escuras. Aproveitando os enfeites de um
dos cantos da moldura, uma desrespeitadora aranha pôs-se
a construir a sua teia. Subia, descia, tecia e quase roçava o
ombro da senhora, a importuna.
– Tanto não – protestou a dama menina, no seu retrato, e
com um gesto só cortou o fio à teia.
Caiu a aranha no chão. Coisa assim tão de espantar,
nunca ela, ao longo da sua vida de aranha, jamais vira: um
retrato a falar e a mexer-se, quem tal diria.
Foi fazer queixa à mãe das aranhas que morava num
denso novelo de teias, rente ao tecto.
A velha aranha não se admirou com a notícia. Até
conhecia histórias semelhantes, umas passadas com ela,
outras contadas por aranhas amigas, de outros castelos e
palácios ensombrados.
– A pobre senhora está farta de viver naquele quadro, é
o que é! – explicou ela à aranha nova. – Talvez nós
pudéssemos dar-lhe uma ajuda...
"Nós" eram elas todas, as milhares de aranhas daquele
castelo. Pois as milhares de aranhas, às ordens da velha
aranha, juntaram-se à volta do quadro e começaram a tecer
uma teia tão cerrada, tão cerrada, que por completo
toldava o quadro da vista das pessoas, que distraidamente
por ali passassem. Já não se via quadro nem moldura, mas
só uma parede de teia. O quadro, a senhora dama de chapéu
de rendas teria ficado, coitada, aprisionada atrás daquele
biombo?
Nas manhãs suaves desta Primavera soalheira, vê-se às
vezes, a passear pelos campos, à roda do castelo, uma
senhora de longo vestido a arrastar, guarda-sol luminoso e
chapéu de rendas... Donde terá ela vindo? Donde terá ela
saído? As aranhas sabem, mas não dizem.
FIM
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