Entrar
Últimos assuntos
Top dos mais postadores
vinicius_93 | ||||
Lucas Rodrigues | ||||
Admin | ||||
∿Ҥelena | ||||
BrianCoimbra | ||||
daniel | ||||
Jhonatan | ||||
ergo | ||||
amanda | ||||
Rivelino Neri Silva |
Tópicos mais visitados
Estatísticas
Temos 93 usuários registradosO último membro registrado é Thiochecdechec
Os nossos membros postaram um total de 4288 mensagens em 563 assuntos
FIGURA DE URSO
Duque Fórum :: Biblioteca :: * Livros :: Biblioteca virtual :: Contos
Página 1 de 1
FIGURA DE URSO
urso Gingão gostava de dar nas vistas. Mas, por
mais que se esforçasse, não conseguia chamar a atenção
dos outros bichos. O que é que adiantava aos afazeres de
cada qual um urso com um enorme laçarote à volta do
pescoço? Nem lhe ligavam.
E o urso Gingão lá ia tirar o laçarote. No dia seguinte,
aparecia a fazer o pino. Atravessava a floresta, de cabeça
para baixo, ouvido atento a qualquer comentário. Nenhum!
Os bichos tinham mais que fazer.
Então, o urso Gingão pegava num violino e ia tocar para
uma clareira. Tocava, tocava (pouco bem, aliás!), mas
espectadores nem um.
© APENA - APDD – Cofinanciado pelo POSI e pela Presidência do Conselho de Ministros
FIGURA
DE URSO
António Torrado
escreveu e
Cristina Malaquias ilustrou
O
De aí a dias, montado numa bicicleta, pedalava com
ganas de corredor:
– Cá vou eu! Cá vou eu!
Fugiam os lagartos, com medo de ficarem sem rabo.
Fugiam as doninhas, os coelhos, os texugos, as lebres, as
perdizes... Fugiam todos.
E ele que gostava tanto de dar nas vistas! Desanimado,
foi procurar outras paragens. Por atalhos e desvios, chegou
diante de um palácio. Porque não tentar ali mesmo a sua
sorte? Sem cerimónia, como se estivesse na floresta, entrou
no palacete iluminado.
Era um baile de máscaras. O urso fez sensação. Tocou
violino. Muitas palmas. Fez o pino. Mais palmas. Deu
cambalhotas e perdeu o tino. Mais e mais palmas. No mais
animado da festa, a dona da casa anunciou:
– Meus queridos convidados, chegou o momento de
tirarem as máscaras. Quero ver os vossos rostos amigos.
Os piratas desfizeram-se das palas, as bruxas dos
narizes, os sultões dos bigodes. Só o urso ficou, no meio da
sala, um pouco comprometido.
– Quer que eu puxe o fecho de correr? – perguntou uma
senhora, muito amável.
Muitas outras mãos acorreram. E procuravam, fazendo
cócegas, os botões, o fecho, os colchetes...
– Mas é um urso de verdade! – exclamou, aterrorizado,
um senhor vestido de general.
As luzes quase desfaleceram de susto. Tudo fugiu, numa
grande gritaria.
Só ficou na sala o urso. Afinal, tinham-no tomado por
aquilo que ele não era.
© APENA - APDD – Cofinanciado pelo POSI e pela Presidência do Conselho de Ministros
Cabisbaixo, voltou à floresta, saboreando pensamentos
novos.
Parece que o urso Gingão ainda toca violino, mas porque
gosta. Já não quer dar nas vistas. Perdeu a presunção num
baile de máscaras.
FIM
mais que se esforçasse, não conseguia chamar a atenção
dos outros bichos. O que é que adiantava aos afazeres de
cada qual um urso com um enorme laçarote à volta do
pescoço? Nem lhe ligavam.
E o urso Gingão lá ia tirar o laçarote. No dia seguinte,
aparecia a fazer o pino. Atravessava a floresta, de cabeça
para baixo, ouvido atento a qualquer comentário. Nenhum!
Os bichos tinham mais que fazer.
Então, o urso Gingão pegava num violino e ia tocar para
uma clareira. Tocava, tocava (pouco bem, aliás!), mas
espectadores nem um.
© APENA - APDD – Cofinanciado pelo POSI e pela Presidência do Conselho de Ministros
FIGURA
DE URSO
António Torrado
escreveu e
Cristina Malaquias ilustrou
O
De aí a dias, montado numa bicicleta, pedalava com
ganas de corredor:
– Cá vou eu! Cá vou eu!
Fugiam os lagartos, com medo de ficarem sem rabo.
Fugiam as doninhas, os coelhos, os texugos, as lebres, as
perdizes... Fugiam todos.
E ele que gostava tanto de dar nas vistas! Desanimado,
foi procurar outras paragens. Por atalhos e desvios, chegou
diante de um palácio. Porque não tentar ali mesmo a sua
sorte? Sem cerimónia, como se estivesse na floresta, entrou
no palacete iluminado.
Era um baile de máscaras. O urso fez sensação. Tocou
violino. Muitas palmas. Fez o pino. Mais palmas. Deu
cambalhotas e perdeu o tino. Mais e mais palmas. No mais
animado da festa, a dona da casa anunciou:
– Meus queridos convidados, chegou o momento de
tirarem as máscaras. Quero ver os vossos rostos amigos.
Os piratas desfizeram-se das palas, as bruxas dos
narizes, os sultões dos bigodes. Só o urso ficou, no meio da
sala, um pouco comprometido.
– Quer que eu puxe o fecho de correr? – perguntou uma
senhora, muito amável.
Muitas outras mãos acorreram. E procuravam, fazendo
cócegas, os botões, o fecho, os colchetes...
– Mas é um urso de verdade! – exclamou, aterrorizado,
um senhor vestido de general.
As luzes quase desfaleceram de susto. Tudo fugiu, numa
grande gritaria.
Só ficou na sala o urso. Afinal, tinham-no tomado por
aquilo que ele não era.
© APENA - APDD – Cofinanciado pelo POSI e pela Presidência do Conselho de Ministros
Cabisbaixo, voltou à floresta, saboreando pensamentos
novos.
Parece que o urso Gingão ainda toca violino, mas porque
gosta. Já não quer dar nas vistas. Perdeu a presunção num
baile de máscaras.
FIM
Duque Fórum :: Biblioteca :: * Livros :: Biblioteca virtual :: Contos
Página 1 de 1
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos
|
|
Qua Set 26, 2012 10:55 am por LUCAS_DC
» Serie - Os imortais - chama negra (livro quatro)
Seg Mar 12, 2012 1:58 pm por AmandaAguiar
» inscrições
Sex Mar 02, 2012 4:20 pm por Admin
» Funcionamento
Sex Mar 02, 2012 4:12 pm por Admin
» Regras
Sex Mar 02, 2012 4:10 pm por Admin
» Coração de tinta
Qui Dez 15, 2011 9:19 am por ∿Ҥelena
» Ditados
Qua Dez 14, 2011 9:10 pm por vinicius_93
» Frases de para-choque de caminhão
Qua Dez 14, 2011 9:02 pm por vinicius_93
» Frases de para-choque de caminhão
Qua Dez 14, 2011 8:44 pm por vinicius_93
» Piadas
Qua Dez 14, 2011 8:03 pm por Lucas Rodrigues