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Mensagem por Admin Qua Dez 14, 2011 2:17 pm

A viagem não foi muito agradável, desde o começo ele soube que
algo inesperado iria acontecer, é aquela sensação que muitas pessoas às
vezes ignoram por achar estarem alucinando.
O pneu logo furou, mas para a sua sorte ele tinha um estepe em
ótimo estado; embrenhou-se mais uma vez naquela estrada de difícil
acesso, mas não imaginou que a viagem duraria tanto, logo outra
surpresa, o radiador estourou. David realmente não estava acostumado
a situações tão imprevisíveis como aquelas, e naqueles momentos de
indecisão, por pouco ele não sucumbiu ao desespero.
Esperar por ajuda em meio à solidão de uma estrada deserta,
cercada por plantações de trigo ao redor, era meio desesperador. Em
momentos como aqueles, a única coisa que pairava no seu coração, era:
“pior não pode ficar”.
Uma caminhonete parecia estar surgindo no horizonte, o que fez
com que seus ânimos realmente se renovassem, logo o homem parou e
com um olhar gentil e um sorriso amistoso, disse:
- É meu caro, acho que está em maus lençóis! Que bom que tenho
uma oficina há alguns quilômetros daqui.
71
- Pois é, o radiador estourou! Mas que providencial, o senhor ter
um reboque, pode cuidar do meu carro.
- Não é de admirar, são muitos quilômetros até chegar a próxima
cidade. Mas não se preocupe rapaz, vou dar um jeito nele. Só me ajude
aqui com o equipamento.
- Obrigado, senhor, não sabe o quanto sou grato.
- Como é o seu nome, meu senhor?
- Angelus, mas pode me chamar de Angel.
- Obrigado, Angel, não sei o que faria sem o Senhor.
- Não se preocupe meu caro!
- E para onde você está indo?
- Bem eu tenho assuntos a tratar na fazenda Raven’s Demise
(Arrendamento do Corvo).
- Hum, entendo, e que assunto de tão urgente o traria a este
lugar?
- Recebi por herança estas terras.
- Herança? O homem mudou o semblante alegre, e ficou muito
taciturno.
- Meu tio Earl Tipsy era dono destas terras. Ele as deixou como
herança, sou seu único herdeiro vivo.
72
- Meu jovem, você verá que estas terras têm uma atmosfera
muito diferente do que está acostumado.
- David, Senhor!
- Sim, David, nem tudo o que você vê aqui é o que parece ser!
Lembre-se disso.
- Não entendi, Senhor!
- Ele sorriu, e disse, já chegamos!
- No meio do nada, de repente surgiu uma casinha e uma oficina!
- Nossa, Senhor! Eu nem notei, estava tão entretido com a
conversa, então aqui é a sua oficina?
- Sim, rapaz! Se quiser pode ficar aqui. O que acha?
- Não, Senhor, eu preciso ver mesmo a minha herança.
- Entendo, se precisar de ajuda é só chamar, está bem? Estarei ao
seu lado se precisar!
- Obrigado, Senhor, o farei com certeza!
- Lembre-se do que eu lhe disse.
- O quê Senhor?
- O homem sorriu e disse boa viagem, siga em Paz.
- Obrigado, Senhor.
73
Ele ainda olhou para trás! E viu o homem com um olhar profundo
e triste para a sua direção, como se ele tivesse perdido algo de muito
valor.
Aquela cena era inquietante, ele ficou muito impressionado, mas
resolveu que precisava seguir adiante e verificar a tal fazenda que
recebera em herança.
Andou mais alguns quilômetros e encontrou uma vila festiva, com
pessoas muito atenciosas que o cercaram como se estivesse recebendo
um convidado de grande valor.
- Ah, você é o David Tipsy, aguardávamos ansiosos!
- Mas como sabiam que eu chegaria? Isso é meio surpreendente,
me perdoem!
- Seu tio Earl falava muito de você, assim que partiu, sabíamos que
você ocuparia o seu lugar na Fazenda Raven´s Demise.
- Venha David, venha comer conosco, estamos celebrando a festa
da colheita. Sua fazenda foi a que mais produziu e olhe os frutos, os
melhores frutos. Vamos, venha participar conosco.
- Ele olhou e viu muitas pessoas jovens, não havia crianças nem
velhos, mas todos felizes se banqueteando com aquelas mesas fartas e
cheias de sabores ímpares. Tortas de todos os estilos, até de abóbora.
- Senhor, como se chama?
74
- Sou August, está é May minha esposa, e todos os que você vê
são meus primos e primas. Somos todos meio aparentados, então não
ache muito estranho.
- Não, na verdade não, o que mais me deixou surpreso aqui, é que
esta cidade não aparece no mapa, qual o nome dela?
- É chamada de Last Destiny. Não está no mapa, fazemos questão
de semear nossos próprios costumes e viver sobre as nossas próprias
regras, as regras do mundo exterior não nos interessam.
- Entendo, mas como meu tio soube desta cidade?
- Ele como você nos conheceu meio que por acaso, nunca
conseguiu nos deixar, a felicidade que vivemos aqui, é real, somos muito
prósperos e nada queremos com o mundo exterior.
- Mas veja que não estamos enganados, olhe por si mesmo!
David olhou ao redor e viu homens e mulheres muito felizes, eram
de hábitos simples, vestiam-se com roupas decentes e pareciam estar
extasiados com a vida que levavam. Aquela atmosfera realmente era
muito instigante. Há muito não via pessoas tão satisfeitas consigo
mesmas.
As músicas eram antigas e muito gostosas de ouvir, embalavam o
ritmo com muito gosto. David nunca esteve em um lugar tão pitoresco e
tão interessante como aquele. Achou que seu tio Earl talvez tivesse
encontrado paz ali, por isso nunca quis voltar para o Alabama.
75
- David, quero lhe apresentar alguém muito especial!
- Oh sim, caro Sr. August!
- Essa aqui é Primavera a viúva do seu tio Earl.
Diante dele apareceu a mulher mais linda que já vira na vida,
cabelos loiros cacheados, olhos verdes em brilho, sorriso singular, lábios
rubros como morangos acabados de serem colhidos; a mulher exalava
desejo.
Usava roupas comportadas; a verdade é que estava em luto, e
portava-se com um vestido negro, mas as nuances de seu corpo eram
difíceis de não serem notadas.
- Olá David?
- Você era a esposa de meu tio Earl?
- Sim!
- Não entendo, mas como eu fiquei com as terras dele?
- As mulheres na nossa vila não podem receber bens em herança,
só os herdeiros homens. Seu tio não tinha filhos, não pôde tê-los.
- Primavera, eu sinto muito!
- Por favor, não sinta!
- Venha David, precisamos falar com o testamenteiro, para que
saiba os termos da herança.
76
- Meu tio deixou testamento escrito?
- Não, mas os assuntos de herança são tratados com o conselho.
- Entendo, vocês realmente têm regras interessantes aqui!
- Não se preocupe, você se acostumará a elas, eu tenho certeza!
- Bom, disso eu não sei ainda, mas estou curioso...
Eles se reuniram no conselho, que foi feito na única Igreja da
cidade. Nada havia de estranho na Igreja, senão, os termos da herança.
- Caro Sr. Tipsy, é de seu conhecimento que a sua herança não lhe
pertence ainda, mas que queremos remediar isso o mais rápido possível.
Para que fique em nossas terras, é imprescindível que esqueça os
padrões de onde veio e decida ficar aqui no nosso povoado
permanentemente.
- Bem, eu tenho certeza que isso não será um problema, pois não
tenho casa e desejo me estabelecer em um local, para ser sincero, gostei
muito daqui. Se as terras forem prósperas como disseram, acho que será
uma grande oportunidade.
- Então está muito bem, vamos assinar o contrato.
- Mas esperem... Eu não preciso fazer isso agora, preciso? Afinal,
permanecer é uma decisão meio precipitada, eu poderia conhecer
melhor seus costumes e então, decidir?
77
- Está muito bem, a nossa lei permite que fique durante três dias,
e depois decida; caso não aceite, terá que partir e esquecer de que um
dia teve uma herança. Então, faremos assim, ao final do terceiro dia,
você nos dará a resposta!
David achou tudo aquilo muito peculiar demais, algo havia de
estranho nas perspectivas dos seus novos amigos. Mas ele se encantou
pela viúva de seu tio, nunca tinha visto uma jovem tão linda, aquilo, por
mais estranho que parecesse (era a viúva do seu tio a quem muito
amara) mexeu com a sua cabeça.
- E então David, você resolveu ficar, assinou o contrato?
- Primavera, ainda não! Eu desejo conhecer mais sobre a cidade e
as terras que passarão a mim, e confesso, gostaria que você me ajudasse
nisso.
- É claro que posso ajudá-lo.
- David, você me lembra muito o seu tio Earl.
- Você o amava?
- Sim muito, ele desistiu de tudo por mim!
- Mas como meu tio conseguiu estas terras?
- Ele as ganhou em herança!
- Ganhou em herança, não entendo? Meu avô não deixou
herança!
78
- Ele trabalhava para a minha família, era como um filho.
- Oh, sim! Por isso se casaram?
- Sim, eu amava o Earl, ele foi o primeiro que realmente quis
abandonar tudo por mim.
- Abandonar tudo?
- David meu caro, venha almoçar conosco, Primavera você deve
limpar a casa e fazer os preparativos, pois caso David fique conosco ele
tomará as terras de Earl em posse.
- Certo, Sr. August, vou deixar tudo pronto!
Eles se distanciaram um pouco e o Sr. August o levou para a sua
casa, fitou melhor a sua jovem esposa, uma mulher muito bonita,
gordinha, que logo tratou de servir um jantar delicioso, carne de
cordeiro, muito bem temperada com ervas, delicioso.
David a viu, e disse: - Maravilhoso jantar Senhora.
- Ela sorriu para o jovem e voltou aos afazeres!
- May é uma excelente cozinheira, meu jovem.
- Oh sim, Dona May, nunca comi um jantar tão saboroso, obrigado
pela sua hospitalidade.
- Ela mais uma vez sorriu e continuou nos seus afazeres.
79
- Sr. August, então, o que será da viúva do tio Earl?
- Você gostou dela?
- Sim, a achei muito atraente, para ser sincero, nunca vi uma
mulher mais linda!
- Ah isso é muito bom, por que você pode desposá-la!
- Casar-me com a viúva do meu tio? Eu não poderia.
- Se você ficar e se casar com ela, ela terá onde ficar, e poderá
participar da nossa comunidade.
- Bem, eu não entendo? As viúvas não podem participar da
comunidade?
- Podem em termos, uma viúva só pode participar dos costumes
da cidade, se vier a se casar novamente!
- Mas senhor isso me parece meio arbitrário!
- Verá que não, pois elas recebem toda a ajuda necessária, e
ninguém fica viúva por muito tempo, todas se casam novamente.
David ficou tão intrigado com tudo aquilo, sentiu quase pena da
linda mulher, aquilo o deixou mais interessado em conhecê-la. Eu
gostaria de conhecê-la, eu posso?
- Você pretende desposá-la?
80
- Bem eu gostaria de passar alguns momentos com ela, conhecêla,
ver se temos alguma coisa em comum, o senhor entende?
- Tem a minha permissão. Desde que não extrapole dela, seja
sensato!
- Obrigado. Gostaria de conhecer também as terras do meu tio.
- Isso pode ser providenciado. Mas amanhã, hoje dormirá aqui!
A esposa de August sorriu e o Sr. August parecia muito satisfeito.
No outro dia o Sr. August o deixou na casa da Fazenda, uma casa muito
antiga que parecia mal cuidada. Havia algo de emblemático na casa,
como em todas as casas da cidade, parecia que existiam há anos,
aparentavam estarem conservadas em detrimento do tempo, mas
realmente notava-se que eram muito antigas.
- Olá primavera, eu gostaria que me apresentasse a casa.
- Primavera atenda a todos os pedidos do Sr. Tipsy!
- Sim Senhor, certamente que sim!
- David, volto aqui para buscá-lo para o jantar.
- Tudo bem Sr. August.
- Primavera, que bom que posso estar aqui, a casa é muito antiga
não é mesmo?
- Sim, como todas as casas daqui!
81
- Primavera, eu sinto que as pessoas estão me ocultando algo.
Você poderia me dizer o que acontece aqui, que eu não saiba ainda?
- Tenho uma pergunta também, como meu Tio Earl morreu?
- Seu tio morreu do coração!
- Entendo, foi ataque cardíaco?
- Sim!
- David, você resolveu ficar então?
- Primavera eu não estou certo disso ainda!
- Por favor, fique!
- Você quer que eu fique?
- Sim, você me lembra muito o Earl e eu o amava muito!
- Primavera, eles falaram em casar com você! Esta é a lei por aqui?
- Seu tio Earl me amava David!
- E você o amava?
- Sim, muito, ele foi capaz de deixar tudo por mim!
- Deixar tudo por você, deixou o quê? Eu não estou entendendo.
- David, eu preciso lhe contar, você precisará relegar todos os
costumes que um dia participou para aceitar as nossas crenças, você
também se casará com a viúva de algum cidadão desta cidade e
82
abandonará a sua vida, pois não podemos manchar os nossos costumes
com os advindos do mundo exterior. Se não o fizer, perderá as suas
terras.
- Vocês fazem parecer que eu estarei assinando uma sentença de
morte! Quer dizer que se eu não aceitar, terei que ir embora daqui e
perderei tudo?
- Certamente que sim, esta é a lei.
- Mas por que você se submete a esta lei?
- Eu não tenho para onde ir, e amo este lugar, cresci aqui, para
onde eu iria?
- E por que você não fugiu com o meu tio Earl?
- Isto é impossível!
- Impossível? Não entendi!
- Seu tio amava aqui também!
- Ah sim! Entendo...
- Você gostaria de conhecer os estábulos?
- Eu e o seu tio cavalgávamos por estas terras, nos sentíamos
muito livres quando andávamos a cavalo.
- Primavera, você é uma mulher tão jovem, você ficou casada com
meu tio por quanto tempo?
83
- Alguns anos!
- Mas você me parece tão nova!
- Nosso estilo de vida permite que não envelheçamos facilmente.
- E como é o seu estilo de vida?
- Diferente do seu, pois só comemos o que plantamos e colhemos.
- Entendo.
- Venha, você gostaria de andar comigo a cavalo?
- Sim, certamente que sim!
Os dois cavalgaram juntos, mas em dado momento o cavalo de
Primavera foi abordado por uma cascavel e pelo terror correu em
disparada.
David acelerou, mas era tarde... O cavalo a jogara em meio às
folhagens, David desceu com ímpeto do cavalo e segurou Primavera em
seus braços; a jovem estava desacordada. Mesmo desmaiada, ela
exalava um perfume de sedução. Ele deu batidinhas em seu rosto, e
gritou: - Por favor, acorde!
- Primavera, você está bem?
- Estou com um pouco de dor de cabeça, mas estou bem!
- Ela o olhou e ficou a cinco centímetros dos lábios dele, e com
olhares cobiçosos os dois quase selaram um beijo.
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- David, nós precisamos voltar, já está anoitecendo.
- Primavera, espere! Ele a segurou firmemente pelo braço e disse,
venha aqui!
Os dois se beijaram ardentemente, ele sentiu o perfume dela, um
perfume de flores frescas e o sabor do seu beijo, o beijo mais saboroso
que provara na vida.
- David, não podemos!
- Primavera, se eu resolvesse ficar, eu poderia me casar com você?
- Sim, você quer isso?
Ele não respondeu...
Primavera então o beijou com um beijo cálido e afetuoso.
- Primavera você é uma mulher muito cálida, acho que meu tio
suspirou por tê-la!
- Ele me amava, David, e eu também!
- Mas você seria capaz de me amar?
- David, você é como o seu tio, eu vejo os mesmos olhos doces e o
mesmo desejo revolvendo no seu toque, eu seria inteiramente sua,
certamente!
- Mas você seria capaz de deixar tudo por mim?
- E o que eu teria que fazer?
85
- Aceitar os termos e ficar!
- E se você fosse embora comigo?
- Eu não posso!
- Por que não pode?
- Você não entenderia!
- Fale-me, por favor!
- Eu morreria se saísse desta cidade!
- Como, o que diz?
- Eu não posso dizer mais nada!
- Primavera, espere!
- Precisamos ir, não estamos debaixo do julgo das suas leis, aqui
as coisas funcionam diferentes. Se o Sr. August nos encontrar aqui
sozinhos, poderá entender outra coisa, precisamos voltar!
- Está bem, voltaremos, mas antes, espere!
Ele a beijou ardentemente e sentiu que a mulher realmente se
entregara a ele com a mesma paixão.
- Agora vamos, por favor, David!
- David, que bom que está aqui, vamos para a minha casa! Disse o
Sr. August.
86
- Sr. August eu preciso ficar um pouco sozinho, amanhã terei que
dar a resposta, o senhor se importa se eu ficar aqui em minhas terras?
- Primavera, venha conosco!
- Ela não pode ficar?
- Certamente que não, ela virá conosco!
- Primavera, obrigado pelo dia maravilhoso!
David aquela noite ficou no velho casarão, e viu fotos da jovem
espalhadas por toda a casa, a mulher era realmente linda e perfeita,
então ficou intrigado:
- Onde estão as fotos do tio Earl, elas não estavam ali, em nenhum
lugar.
As fotos de Primavera pareciam antigas e ainda assim ela era a
mesma. Ele resolveu olhar na casa para ver se encontrava alguma coisa
de seu tio. Nem roupas havia.
Aquilo o deixou muito confuso e as palavras da jovem eram muito
estranhas, ele deixou tudo por mim! As viúvas se casam com os jovens.
Algo há de errado nisto tudo. Ele entrou no quarto de Primavera e viu
roupas cerimoniais, roupas brancas, e então encontrou um livro, um
livro com registros de vários nomes, mas só havia nomes de homens, o
primeiro registro datava de 1500 a.C. Ele olhou com estranheza para os
registros e então pensou:
87
- Que disparate é esse, só nomes de homens? Ao lado de cada
nome um ano. O livro parecia ser uma coletânea de pergaminhos e o
último registro o deixou estarrecido, era o nome do seu tio Earl.
- Meu Deus, o que será que acontece aqui?
Ele olhou e dentro do armário havia uma pintura muita antiga:
Haviam mulheres lindas vestida como deusas, cercadas por homens em
redor, que as serviam com uvas. O mais estranho é que ali sentada como
num trono estava Primavera.
- Meu Deus, eu só posso estar alucinando, esse livro é antigo
demais, os registros mostram nomes de homens desde antes de 1500
a.C. Isto não pode estar acontecendo!
A seguir, numa arca, ele encontrou algo mais perturbador ainda,
uma imagem de homens enclausurados num inferno de fogo.
Então ele se lembrou de Angelus.
- Meu Deus eu preciso sair daqui!
Quando ele pegou suas coisas para ir embora, uma multidão o
tomou em fúria e o levou consigo para o ritual de anunciação.
- Você teve a chance de sair, mas resolveu selar a sua escolha!
- Escolha, eu não fiz escolha nenhuma!
- Você a beijou!
88
- Eu beijei algo inumano, ela não é uma mulher.
- Nossas mulheres são deusas, e você terá a chance de servir a
Deusa Primavera.
- Mas vocês, vocês são todos homens, morrerão por elas? Não
percebem isso?
- Nós não morreremos de verdade. Estaremos rumando para um
lugar melhor!
- Se tivesse lido os termos saberia que o aceite do contrato era o
beijo.
- Mas nós fomos todos enganados, não percebem?
- Agora é um de nós.
- Não eu não sou!
Diante dele a mulher que antes era uma linda mulher, se
transformou numa grande serpente.
- Assim que eu sugar sua essência, no decorrer de um ano, eu
estarei jovem novamente.
- Sim, Ó Deusa primavera, nós te congratulamos!
- Angelus, socorro, salve-me! Você pode me ajudar, eu sei que
sim, é disso que falava! Eu não fiz escolha nenhuma.
89
- O anjo desceu do céu em fulgor, o pegou pelas mãos e o levou
consigo!
- Você não pode interferir, ele é meu!
- Não tortura do inferno, ele fez uma escolha!
A vila e os seus habitantes então sumiram diante deles, no lugar
apareceram pastagens secas e negras, como se um grande incêndio
acabara de ter acontecido e o fumo e o odor de enxofre era difícil de
não se notar.
- David, você foi o único que não assinou o contrato!
- Eu imaginei que sim! Mas aquela serpente, disse que o beijo o
selara.
- O demônio mentiu para você.
- Se eu tivesse assinado, o que aconteceria comigo?
- Você estaria aprisionado, pois se esqueceria de tudo, e no
decorrer de um ano, sua vida seria trocada em favor da juventude
daquele demônio.
- Oh Angelus, obrigado!
- Não agradeça a mim, há um Deus melhor para se servir, você
entende agora?
- Meu Deus, obrigado!
90
- Senhor, fiz como me foi mandado! E desapareceu diante do
jovem.
David seguiu seu caminho jubiloso, sabendo que uma maravilha
acontecera ali. Sofreu por seu tio, mas ainda seguiu seu caminho
radiante, estava livre, mas agora, realmente livre.
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