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UMA HISTÓRIA VERDADEIRA
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UMA HISTÓRIA VERDADEIRA
Quem conta esta história é o nosso amigo Flávio.
"Eu e o Marcelino somos muito amigos. Temos quase a
mesma idade, gostamos das mesmas coisas, jogamos
sempre pela mesma equipa, conversamos muito. Na aula,
desde o primeiro ano que somos companheiros.
Embora, como disse, o Marcelino tenha quase a mesma
idade que eu, às vezes, parece muito mais velho.
Explicaram-me, em minha casa, que isto tem a sua razão de
ser. É que ele é o mais velho de sete irmãos e, como se
imagina, numa família tão numerosa, as responsabilidades
têm de ser repartidas pelos filhos mais crescidos. Por isso,
o Marcelino, uma vez por outra, precisa de pedir dispensa
ou porque ficou a tomar conta dos irmãos pequenos ou
porque está um doente ou por outros motivos assim.
Confessa estas coisas ao professor, com simplicidade, e o
professor dá-lhe sempre razão. Bem se importa o
Marcelino que riam, zombeteiros e idiotas, os da fila de
trás, comandados pelo Janeca.
Como calculam, o Marcelino não é um menino rico. Os
pais vivem com dificuldades e por isso o Marcelino anda,
no dizer pedante do Janeca, 'imensamente mal vestido'. O
blusão está-lhe curto, a camisa tem um ou outro ponto, a
disfarçar princípio de rasgão, e as calças já cresceram tudo
o que tinham a crescer... Os sapatos não destoam. Grandes
e cambados, não impedem, no entanto, o Marcelino de
correr. E que bem que corre com eles o Marcelino!
Pois, no outro dia, o meu amigo apareceu com sapatos
novos. Dava-se logo por isso, tanto mais que as calças e o
blusão eram os mesmos de sempre. Eu não fiz
comentários, mas alguns colegas repararam e, entre eles, o
Janeca que, depois de muito o mirar, lhe disse assim,
brutalmente:
– Esses sapatos são meus.
Houve rebuliço. O Marcelino, corando, explicou que
aqueles sapatos tinham sido dados à mãe dele por uma
senhora, que morava numa determinada rua. E indicou o
nome da rua e o nome da senhora.
– É a minha mãe! – exclamou o Janeca, que se chama,
de facto, Gilberto. – Bem razão tinha eu em dizer que os
sapatos me pertenciam. Estavam-me muito apertados e
nunca mais os quis. Ora vejam só quem ficou a ganhar...
E ria-se, ria-se muito da sua descoberta.
– Com que então com os meus sapatos, seu felizardo! –
continuava o Gilberto. – Estás cheio de sorte...
Talvez nunca mais se calasse, se o Marcelino, de dentes
cerrados, não tivesse feito o que fez. Perante o espanto de
toda a turma reunida à volta, o meu amigo desapertou os
Ministros
sapatos e atirou-os ao Janeca, que ficou com cara de parvo.
Entretanto, a campainha começou a tocar para a aula.
– Porque é que estás descalço? – perguntou-lhe o
professor.
Ninguém se riu. Ninguém tinha vontade de rir. Então eu,
discretamente, passei-lhe os meus sapatos de ginástica.
No dia seguinte, o Marcelino voltou à escola com os
velhos sapatos bambos."
FIM
"Eu e o Marcelino somos muito amigos. Temos quase a
mesma idade, gostamos das mesmas coisas, jogamos
sempre pela mesma equipa, conversamos muito. Na aula,
desde o primeiro ano que somos companheiros.
Embora, como disse, o Marcelino tenha quase a mesma
idade que eu, às vezes, parece muito mais velho.
Explicaram-me, em minha casa, que isto tem a sua razão de
ser. É que ele é o mais velho de sete irmãos e, como se
imagina, numa família tão numerosa, as responsabilidades
têm de ser repartidas pelos filhos mais crescidos. Por isso,
o Marcelino, uma vez por outra, precisa de pedir dispensa
ou porque ficou a tomar conta dos irmãos pequenos ou
porque está um doente ou por outros motivos assim.
Confessa estas coisas ao professor, com simplicidade, e o
professor dá-lhe sempre razão. Bem se importa o
Marcelino que riam, zombeteiros e idiotas, os da fila de
trás, comandados pelo Janeca.
Como calculam, o Marcelino não é um menino rico. Os
pais vivem com dificuldades e por isso o Marcelino anda,
no dizer pedante do Janeca, 'imensamente mal vestido'. O
blusão está-lhe curto, a camisa tem um ou outro ponto, a
disfarçar princípio de rasgão, e as calças já cresceram tudo
o que tinham a crescer... Os sapatos não destoam. Grandes
e cambados, não impedem, no entanto, o Marcelino de
correr. E que bem que corre com eles o Marcelino!
Pois, no outro dia, o meu amigo apareceu com sapatos
novos. Dava-se logo por isso, tanto mais que as calças e o
blusão eram os mesmos de sempre. Eu não fiz
comentários, mas alguns colegas repararam e, entre eles, o
Janeca que, depois de muito o mirar, lhe disse assim,
brutalmente:
– Esses sapatos são meus.
Houve rebuliço. O Marcelino, corando, explicou que
aqueles sapatos tinham sido dados à mãe dele por uma
senhora, que morava numa determinada rua. E indicou o
nome da rua e o nome da senhora.
– É a minha mãe! – exclamou o Janeca, que se chama,
de facto, Gilberto. – Bem razão tinha eu em dizer que os
sapatos me pertenciam. Estavam-me muito apertados e
nunca mais os quis. Ora vejam só quem ficou a ganhar...
E ria-se, ria-se muito da sua descoberta.
– Com que então com os meus sapatos, seu felizardo! –
continuava o Gilberto. – Estás cheio de sorte...
Talvez nunca mais se calasse, se o Marcelino, de dentes
cerrados, não tivesse feito o que fez. Perante o espanto de
toda a turma reunida à volta, o meu amigo desapertou os
Ministros
sapatos e atirou-os ao Janeca, que ficou com cara de parvo.
Entretanto, a campainha começou a tocar para a aula.
– Porque é que estás descalço? – perguntou-lhe o
professor.
Ninguém se riu. Ninguém tinha vontade de rir. Então eu,
discretamente, passei-lhe os meus sapatos de ginástica.
No dia seguinte, o Marcelino voltou à escola com os
velhos sapatos bambos."
FIM
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